Planalto das Cesaredas
O Planalto das Cesaredas, integra um extenso maciço calcário, um espaço geológico muito antigo, pertencente ao período que medeia entre o Cretácico e o Jurássico Médio, quando terminam as violentas convulsões da crosta terrestre, então dominada por um clima quente e húmido, com quedas de chuva semelhantes às atuais. Nessa altura, a maioria das montanhas sofre uma acentuada erosão resultante do clima húmido, que transforma algumas das montanhas, em colinas baixas, com extensos bancos calcários, quando se inicia a extinção dos dinossáurios, das amonites e outras espécies animais e vegetais. A área global do Planalto, ronda hoje os 9.600 hectares, incluindo pela sua continuidade, o Monte do Picoto no concelho do Bombarral, com uma altitude média na ordem dos 145 metros. O Planalto, estende-se ao longo de doze quilómetros de comprimento com dez de largura, uma área que abrange parte dos concelhos de Óbidos (freguesia do Olho Marinho), Peniche (freguesia de Serra d'El-Rei), assim como uma parte bastante significativa dos concelhos de Bombarral e Lourinhã, os primeiros, pertencentes ao distrito de Leiria e o último, ao distrito de Lisboa.
Os Paleontólogos, estimam que o Planalto das Cesaredas terá começado há cerca de 160 milhões de anos, quando o mar começa a recuar nesta zona, provavelmente, quando se iniciou a formação das várias espécies fossilizadas, onde se destacam as Amonites (fósseis de espécies marinhas, que terão desaparecido há cerca de 65 milhões de anos, na mesma altura que desapareceram os dinossauros).
As amonites, faziam parte de uma espécie marinha, que ocupou o nicho ecológico das atuais lulas, animais com dimensões variáveis, desde alguns centímetros a 1 metro de diâmetro, que viviam dentro de uma concha espiralada de natureza carbonatada, semelhante à dos atuais Náutilos.
Para além das Amonites e outras espécies fossilizadas, o Planalto das Cesaredas, preserva também algumas ribeiras e um enorme reservatório de água subterrâneo, que brota no Olho Marinho, situação que motivou o aparecimento dos famosos 'Olhos d'Água' do Olho Marinho. A força dos Olhos d'Água do Olho do Marinho, para além de estar na origem da formação do topónimo 'Olho', proporciona ao visitante um agradável e repousante espetáculo, salvo quando ocorrem períodos de seca, como os que se registaram no século XIX, em 1890, no século XX, em 1945, 1994 e 1995 e mais recentemente em 2004, 2005 e 2006.
Ao longo do Planalto das Cesaredas existem também vários algares e grutas, que guardaram um importante espólio arqueológico, onde se destaca a Gruta Casa da Moura.