Quinta do Ceilão ou Quinta de Cima
A Quinta do Ceilão (também conhecida por Quinta de Cima, por oposição à Quinta do Furadouro, ou de Baixo) foi extinta nos primeiros anos do século XIX, culminando assim, uma história de grande prestígio.
De acordo com a informação disponível, a Quinta do Ceilão terá sido fundada nos primeiros anos do século XVI, durante o reinado de D. Manuel I. Segundo o livro "Memórias de Óbidos", o fundador da Quinta do Ceilão terá sido o pai de D. Estêvão Ferreira da Gama, membro da fidalguia portuguesa, Par do Reino, Governador da Ilha do Ceilão, um dos filhos de Vasco da Gama, que viria a dar o nome à propriedade.
Estêvão Ferreira da Gama e a esposa, D. Brites d''Eça, passavam longas temporadas na Quinta do Ceilão, usufruindo de uma mansão muito bem dimensionada, com um tanque de água corrente, um jardim muito bem cuidado e uma capela em honra de Nossa Senhora da Penha de França.
A dimensão e beleza dos jardins desta Quinta alcançaram tal fama, que ainda hoje toda aquela área continua a ser localmente conhecida por "os Jardins".
Ainda segundo o livro "Memórias Históricas e Diferentes Apontamentos acerca das Antiguidades de Óbidos" (ed. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1985), um manuscrito oitocentista, diz que a Quinta do Ceilão "...possuía vinhas, olivais, pomares e azenhas, e que o vinho e os frutos de espinho e caroço produzidos na quinta, eram exportados pelo seu proprietário, para a Ilha do Ceilão...".
D. Estêvão Ferreira da Gama foi conselheiro da família real, e por isso frequentava o círculo pessoal do Cardeal-Rei D. Henrique, opondo-se em determinada altura às forças de El Rei D. Filipe II de Castela, aquando da crise e ocupação do território nacional. Esta oposição ao rei de Castela, valeu a D. Estêvão Ferreira da Gama a sua sentença de morte e a confiscação de todos os seus bens, no ano de 1580, tendo D. Filipe I de Portugal e segundo de Castela, aquando duma visita ao forte de Peniche, doado a Quinta do Ceilão ao Físico-Mor da Corte espanhola e aos seus herdeiros.
Após a célebre revolução de 1640, depois da aclamação de D. João IV como rei de Portugal, a propriedade volta para posse de portugueses, ao ser adquirida em Madrid por Jorge Nunes Serrão. A posse desta propriedade manteve-se nesta família até 1785, quando é adquirida pelo Conde de Cavaleiros, D. Rodrigo José de Meneses, proprietário da Quinta do Furadouro.